terça-feira, 20 de agosto de 2013

Salve-se quem puder!

Longe de casa, pela primeira vez eu sentia o sol esquentando minha cabeça. Segui em uma trilha com árvores antigas, caminhos nem tão caminhos assim, algum lixo mostrando que eu não era a primeira a passar por ali. Caminhei, caminhei, caminhei. Tirei meu calçado e descalça molhei o pé naquela água sem cheiro, sem cor, sem gosto e tão gostosa. Matei a sede da vida inteira. E nua me banhei!
Com a mesma força com que a água caia na minha cabeça o meu coração quebrava aos murros os muros que o impossível constrói naqueles que se esqueceram que no mato tudo pode, até nadar pelado e ficar com o pé sujo. Limpa, sem me ensaboar, coberta, sem me cobrir de roupas, dizendo o que penso, sem ter de falar uma palavra.

No caminho de volta, já perto do concreto, tratores trabalhavam para construir um rodoanel que nos fará consumir mais sabonetes,  comprar roupas que nos dê personalidade e nos ensinará a falar para gritar com o primeiro que cortar o nosso carro que por ali irá passar.

Já mais perto de casa, li que só o amor salvará o mundo e em seguida ouvi perguntarem quem foi que disse que ele precisa de salvação? Sinceramente, estou careca de saber que o mundo não tem mais salvação, mas optar pelo amor ainda é a minha opção.


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