sexta-feira, 15 de março de 2013

O romance morreu

Trocar uma carta. Dizer bom dia na orelha. Receber uma ligação de segundos com palavras doces. Um abraço com mais de 2 minutos. Ser feliz a dois. Mãos dadas. Espera na janela. Uma música lenta. Flores. O perfume.

Não. O romance morreu! E tudo que pareceria bom passou a parecer tolo demais. O tudo que era para ser simples e sincero pode assustar e espantar alguém!

Minha vontade é fazer amor na praça enquanto a cidades se esconde do tiroteio!
Se o romance morreu, quero deitar ao lado dele.



Entregarei declarações de amor de porta em porta. Todos sentirão o calor do meu bom dia quando meu nariz tocar-lhes as orelhas. Gastarei horas esperando ao lado do telefone por ligações que irão durar segundos só para ouvir palavras doces. Estarei de braços e abraços abertos até que meu corpo não consiga mais sustentar. Serei feliz por mim a espera do meu dois chegar. Dormirei de mãos abertas. Construirei janelas. Dançarei sozinha. Plantarei sementes. Cultivarei flores.

Sim. Continuo viva! E onde não existe romantismo passará a existir. E onde tudo era normal e rotineiro vai causar tédio e estranhamento.

Porque hoje eu vou atirar romance enquanto a cidade faz tiroteio!
Se o romance morreu, nasci pra vingar o nome dele.

O outro lado do amor

- Vem comigo?
- Não seja tão egoísta!
- Vem comigo?
- Eu não seria tão egoísta comigo mesmo!
- Estou indo, tem certeza que vai ficar?

Essa foi a última frase que saiu de sua boca, uma frase longa o suficiente para acabar com todas as certezas que eu tinha e curta o suficiente para não permitir que eu pensasse demais. De certa forma parte de mim foi e parte de mim ficou, impossível não dividir-se durante a vida. Já que não tinha mais certezas, decidi ser feliz. Se fui ou se fiquei já não faz diferença, o que fez tudo mudar foi encarar a minha felicidade como algo maior do que eu e não taxar como egoísta aquilo que me permite amar. Amor: aquilo que me faz tão eu a ponto de me libertar daquilo que me prende ao que não pertence a mim. Tudo mudou e eu mudei junto, depois de decidir sozinha o que seria de mim, já não importa mais o onde, o como ou com quem. Optei em deixar o egoísmo pra lá! Hoje, quando digo "Vem comigo?", sei que mesmo se não vier, estará.
Toda decisão tomada com intenções genuínas é livre de egoísmo e apta a libertar.

Hoje desfruto do silêncio a dois que suas últimas palavras deixaram, feliz por amar e ser amada!