quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Das vísceras pro papel

Com a barriga dolorida de tanto rir e a boca exausta de acompanhar o ritmo em que a mente organizava minhas ideias: vomitei tudo o que estava guardado há um bom tempo, com falas desconexas, ideias soltas, pausas longas e nenhuma pretensão de ser compreendida, tudo aquilo estava cheio de verdade mas sem nenhuma bandeira que as representasse.

Somos constantemente enganados e expostos ao que deve ser e como devemos preparar o estômago para engolir tudo aquilo que é considerado normal normalmente imposto com a violência de uma verdade absoluta.

Afinal, ser feliz pode assustar muita gente, parece que a felicidade que existe no simples ato de encher e esvaziar os pulmões vem acoplada de uma certa culpa cristã que se instaura no coração quando nossos olhos enxergam a infelicidade sufocando aqueles que não aprenderam a importância na simplicidade do respirar.

E esse meu discurso é bonito, não é? Sobre respirar fundo e fugir dos padrões da normalidade normalmente imposta e respeito e escolhas e tudo que é poético, mas você ainda não viu nada: experimente ser visceral por um dia.

A questão é tão visceral quanto ter de segurar a vontade de cagar até que o próximo banheiro chegue ou até que sinta-se a vontade para cagar em um banheiro que não é seu. O alívio? É essa sensação que o visceral traz! Quase uma felicidade ridícula, fora do norma. A pureza daquilo que é por ser, sem conceitos, sem muito o que explicar, sem pretensões. É o vazio cheio para quem esvaziou para preencher o vazio do cheio que já transbordou.
 















Não confunda. Não estou incentivando um ato não pensado ou sem sentimento!

Estou fazendo um convite ao que está além dos limites que os outros podem ver mas você não pode ignorar. Estou te convidando para libertar seu intestino, estômago, pulmão ou talvez coração, em um banheiro com paredes de vidros mas com um vaso confortável.

Entra, senta, deixa a porta aberta, respira fundo. Agora solta o que as suas já vísceras não podem mais aguentar!

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