quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Querido Amigo Veado

Hoje me lembrei de você! Abri os olhos e acordei para a realidade em que vivia.
Percebi que após anos e anos ao seu lado nunca deixei claro tamanho amor, gratidão e admiração que tenho por você. É fácil ser "grande mamífero" enquanto vocês são caçados.

"Predados pela maioria dos grandes mamíferos, muitas espécies de veados se encontram ameaçados de extinção, em razão de caça e perda de hábitats."

Pois é querido amigo, só hoje me dei conta de como deve ser ruim ser perseguido em seu próprio hábitat. Talvez não seja a mesma coisa, mas saiba que tem casa certa em meu peito e teu lugar tá reservado se qualquer dia se sentir perseguido, aqui terá abrigo.

Ainda não entendi o que motiva essa perseguição desnecessária!

"Em termos de comportamento social e reprodução, podemos dizer que os veados são dóceis e sociáveis."

Será inveja da forma doce como leva a sua vida e encanta os outros com teu coração enorme? Ou de sua galhada que mesmo sem intenção rouba a atenção das fêmeas que passam por ti?

"A função destas estruturas está ligada a competição pelas fêmeas durante a época de reprodução, quando machos rivais medem forças empurrando-se com as galhadas."

Se é por isso ou não, pouco me importa! Sei bem que se você chegar a ponto de entrar em uma briga não será por uma dama mas sim para defender o direito de ter uma galhada forte e bela e apaixonar-se por quem pode te amar.

Querido e amado amigo, se um dia te chamarem de Viado, corrija, és Veado com E.
Amigo Veado, saiba que sou fã de tua coragem e agradeço a confiança de ter aceitado a cópia da chave daquela casa que construiu em meu coração. Sua beleza dos meus olhos ninguém tira e lutarei mesmo com meus chifres curtos para que tenha o respeito que merece posto que és livre para cruzar com quem quiser.

Sua amiga,
Vaca Profana.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A poesia do teu corpo

Devorei-te com os olhos. Li feito livro que não terminamos para que a história não tenha fim!Teu corpo era caderno de caligrafia com frases em linhas pontilhados que minhas mãos não cansavam de seguir os traços. Corpo poesia com licença poética para ignorar a concordância e fazer música das palavras. Fiz casa nas páginas de tuas palavras cruas que me beijavam nua parar rimar os nossos corpos! Tua boca trazia a vírgula, a respiração as reticências e em tuas mãos cabia um ponto final.





(Espaço em branco. Lençóis se enrolam, próxima página.)

Capítulo II
Esse é o segundo capítulo de uma poesia sem fim de você escrevendo dentro de mim!


A Rainha da Pista

Nenhuma garrafa de champanhe,
nenhuma mulher bonita,
nenhuma foto com filtro para o instagram.
Naquele camarote vi crianças desnutridas,
mulheres estupradas,
retratos sem filtro da desigualdade.

Sai de balada e fui para a rua, fiz do mundo pista uma pista reta: toda bebida é dividida e todos usam a mesma roupa, maquiagem não precisa, a iluminação é natural, as fotografias mais bonitas ficam gravadas nas mentes dos que clicaram sorrisos sinceros de uma festa sem padrão.
Nessa balada todo mundo dança. Os que vieram de Ferrari e os que fizeram o Fusca velho funcionar, juntos dançavam e faziam a esperança flutuar!