terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Todo dia é dia de Natal

Eu e um de meus irmãos no Natal de 13/11/2007
Eu vi uma flor desabrochar.
Eu vi uma criança sorrir.
Eu vi um cego enxergar.
Era dia de Natal.

O sol nasceu.
Filho e pai se abraçaram.
Ela voltou de viagem para o país que sempre amou.
Era dia de Natal.

A fome, acabou.
O dinheiro, foi suficiente pra pagar as contas.
A dor, foi tomada pela felicidade.
Era dia de Natal.

A artista sobreviveu de sua arte.
Ele pegou sua mochila e começou a andar.
Ela formou-se no que sempre quis.
Era dia de Natal.



Aquele foi um dia de natal, mas não era dia 25 e nem Dezembro.
É que naquele dia Deus nasceu, como nasce e morre diariamente!
E foi hoje, em um dia de Natal que meu Deus renasceu para mostrar que maior que a hipocrisia dos que só se abraçam no dia 25 de Dezembro é a crueldade dos que crucificam Natais fora de época.

Um bom Natal para você! Hoje, amanhã, depois de amanhã, depois de depois de amanhã, depois de depois de depois de amanhã...

Foto do Natal do dia 27/07/2007


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nunca é para sempre!

Atente-se: o nunca é para sempre.
Pense duas vezes antes de um nunca mais, pois tão pesado quanto o apego do pra sempre é estar preso nas grades do nunca.
Talvez, nem nunca mais, nem pra sempre.
O hoje deveria bastar!
E aquilo que te basta seria ao mesmo tempo para sempre e nunca mais.
Então, viver o hoje para sempre e nunca mais seria simples, seria o bastante para que nada tivesse de ser explicado ou prometido, afinal ontem já passou e amanhã pode ser tarde demais!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Tinha uma mão na minha boca!

Eu sentia nojo do homem que me tocava em minha   própria cama, mas não podia falar. Eu estava gritando em protesto, mas me calei de susto com o grito mais alto de uma bomba. Eu era ansiosa e nunca soube o que fazer, mas decidi encontrar um bom serviço e começar a beber.Eu tinha fome de viver, mas a hora de almoço estava quase acabando e precisava voltar a trabalhar.









Tirei a mão de minha boca calada e ela começou a escrever.


E se eu tivesse sido vítima de abuso sexual? E se este fosse um grito meu?
Talvez seja fácil pra mim falar sobre esse assunto por não ter acontecido comigo.
Deixo aqui o meu apelo para que a nudez e a sexualidade se tornem assuntos mais naturais de forma que atentemos nossos olhos e estendamos nossas mãos, mas para acolher e não continuar calando.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O meu sobrinho Daniel

- Pá lá!
- Dani, vem com a titia...
- PÁ LÁ, PÁ LÁ!

Ele manda o que quiser pra lá se a brincadeira está mais legal que a companhia que alguém vem lhe ofertar. E enquanto as tias da escola pensam que ele quer ir pra lado de lá ele aprende a afastar o que não agrada e simplesmente manda pastar.

Então, ele aprende a ser sincero na ingenuidade de uma criança tendo de crescer, já a gente desaprende crescendo atrás de uma boa educação.Ser educado virou o grande erro da comunicação. Estamos transformando "pra lá" em "se você quiser", "tudo bem, não me importa", "não vai me atrapalhar" e até "eu amo você"!

Mal educado é quem perde a clareza em troca de uma imagem bem arrumada. Certo é meu sobrinho que não faz rodeios quando está incomodado e respeita o próprio espaço, errados estamos nós que de tantos rodeios nos nossos próprios espaços passamos a nos sentirmos incomodados.

É, Daniel, titia tem muito a aprender.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Noite quente!

- Chega pra cá!
Ele puxa ela pela cintura.
- Como você aguenta? Me dá agonia, tá calor demais...
Ela rola para o outro lado com o lençol entre as pernas.
- Vem pertinho, pra gente ficar abraçadinho.
Ele empurra o pouco lençol que cobria as pernas com o pé.
- Nunca vi homem friorento desse jeito. Se cobre!
Ela coloca o lençol sobre ele.
 -Meu arrepio nunca foi de frio.
Cama sem lençol, calor demais, dois corpos arrepiados e uma boa noite.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Me acompanha?

Veja bem, acompanhar alguém não depende só de um.Ando muito bem sozinha, sei que não preciso de você, mas te acompanhar seria muito mais do que uma necessidade, até por que, no fundo precisamos de pouco, quase nada.
Na humildade da minha sola de pé calejada de tanto andar, peço-lhe mais uma vez, me acompanha?
Pois eu quero te acompanhar, companhia sozinha é solitude mas solitude acompanhada vira solidão.
Adoraria estar ao seu lado eternamente, mas saiba que corro no primeiro segundo de solidão, não deixe que eu me sinta só se decidir andar comigo, pois a solidão não cabe no espaço de duas mãos casadas.
Meu querer estar com alguém é vontade tão passageira que se pensar muito em me responder já me ponho a caminhar sem muito pensar.
Entenda, me apaixono fácil só que mais fácil ainda ponho-me a me desapaixonar, pois a plenitude de ser completo sendo só só é vencida pelo amor que toma lugar de qualquer querer.
Me acompanha! Mas faça-o quando não houver mais querer, me acompanha por que já não existe mais outra opção, me acompanha quando tudo que pudera viver só já foi vivido, me acompanha por que agora é tempo de dividir os passos, caminhos, amassos e abraços.
Então acompanhar não será coisa que farei sozinha,
acompanhar será metade sua e metade minha.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Janela

- Acorda, acorda!

Nada.

- Eiiiiii! Acorda...
- O que foi?
- Acorda!
- Não são nem 4 da manhã...
- Não. Já são quase quatro da manhã!
- O dia nem raiou e...
- E a noite já acabou!
- Olha, você vai me deixar louco se...
- Se?
- Se...
- Sobe no telhado comigo?

Ele bufou e se virou de lado.
Ela vestiu-se e subiu no telhado.
Ele acordou e até hoje sente pela falta dela.
Ela nunca mais aceitou ver o sol nascer pela janela.



quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

É muito substantivo adjetivado para pouco verbo conjugado!

Gente que fala de amor perfeito sem amar a si mesmo.
Gente que quer colher a paz mundial sem antes semear a paz na própria casa.
Gente que clama gentileza diária sem ser gentil ao menos por um dia.

Acontece que nossas exigências passaram de verbo pra substantivo e foram adjetivadas com o peso de um julgamento desleal. Vejo muita gente acomodada perdendo mais tempo pensando no que os outros entenderão das palavras ditas do que com o real significado das palavras que diz. Viver virou um jogo ridículo do "o que vão pensar", de substantivo próprio, você vira substantivo comum e se torna só mais um aberto a adjetivos impostos pela 3ª pessoa. Se quer verbalizar aos quatro ventos, tudo bem, mas tente experimentar o verbo antes de afirmar o valor que tem. Honra o próprio nome e transforma em verbos os substantivos que te apetecem antes de adjetiva-los: ame, semeie, seja e só daí entenderá que verbalizar é conjugar o que não se deve julgar.

Por que no final, amem ou amém, só depende se para o sujeito da frase o acento convém!

Amem,
Rafaela Rocha.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Tudo, é só o que quero!

Não quero um abraço, quero um abraço de longos minutos.
Não quero um beijo, quero me perder no infinito dos teus lábios.
Não quero amar, quero amar todo segundo.
Não quero ser feliz, quero esquecer que existe qualquer coisa que feliz não seja.
Não quero querer, quero aprender na simplicidade do ser.

Vou ser toda para que tudo eu consiga ser que ser metade do que posso ser só me faz querer.
Pois o desejo de quem não é inteiro acaba antes de ser realizado! Vou ser tudo, toda e tanto, para meu desejo não morrer, lembrando de comemorar cada desejo realizado na plenitude do meu ser.
Vou comemorar com um abraço e um beijo, cheia de amor e felicidade.
Porque se tudo é só o que quero, preciso desaprender a querer!



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

É que me dá muito tesão!

E tá na minha cara. Eu já não consigo esconder.
E poderia ser meu pior defeito se não fosse minha maior qualidade!

É um fogo forte, uma vontade de dar.
Esse tesão é dono dos sorrisos que distribuo gratuitamente pelas ruas em plena segunda-feira.
Antes de sair me visto com as roupas apropriadas para que esse tesão fique bem claro.
Quando te deito e deslizo minhas mãos pelo teu corpo, não nego meu tesão.
Assim como quando encosto meu rosto no seu e não desgrudo até nossos corpos inteiros suarem.

É que eu danço até meu corpo derreter apaixonado pela arte de se deixar guiar pelo desconhecido.
Com as minhas mãos de terapeuta, faço mantras para que teu corpo encontre a auto cura.
Vestida sempre de branco ou de saia rodada que é para o mundo girar.
Sorrindo pelo tesão de cada encontro de segundos com todos os tão estranhos como eu.
É um fogo de amor, de me dar sem nada ter.

E tá na minha cara. Eu já não consigo esconder.
Eu poderia desistir da minha ingenuidade, mas dai, falar de amor não teria validade!


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Eu perdi o meu medo do escuro...


Quando temos medo de escuro até a sombra da árvore em que descansamos de dia pode nos afastar dos sonhos mais belos. Resolvi manter meus olhos abertos fechados para aquilo que a mim não pertencia, então pude ver a árvore e sua sombra mesmo no escuro. Adormeci na paz de quem vê luz na escuridão vazia que carrega dentro de si!