
E me senti presa dentro de um sutiã verde musgo que me incomodava os seios e gritava mais que meus delicados mamilos gritariam aos olhos de quem os notasse. Era tanta artificialidade, tanta repressão ao que é belo, cru e natural, tanto medo do que iriam falar, que me senti acolhida naqueles peitos que me falavam sobre a verdade num voto de silêncio eterno.
Deitei-me para dormir e tirei o meu sutiã. Acordei, guardei-o em minha bolsa, coloquei a minha blusa branca e sai. Cheguei em casa e percebi que no caminho poucos notaram a liberdade que em meu peito habitava já que a consequência que essa simples escolha gerava era um sorriso tão sincero que roubava a cena da malícia que tudo que é natural pode atrair.

Livre de mim mesma, livre por mim mesma. De peito aberto e seios de verdade. E não foi um ato feminista ou a favor de qualquer outra bandeira. Essa sou eu, sendo o que quero ser. Essa sou eu, descobrindo o que me liberta nessa selva concreta, notando o tamanho dos meus medos e pensando diariamente se vale a pena leva-los a diante.
Cobrindo peitos nus com sutiãs ou abraços, liberte-se do que não te faz bem e sinta-se melhor. E, então, quando menos perceber, estarão te sorrindo de volta não pela estranheza do que você é, mas pela naturalidade com que a sua estranheza aprendeu a ser!
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