segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Da liberdade que em meu peito habita

Eram belos. Eram um pouco caídos e muito naturais. Tinham uma forma perfeitamente arredondada para casar com duas mãos que fossem capazes de amar pelo toque. Aqueles peitos por detrás de uma blusa branca quase transparente me tiraram um sorriso. Eram peitos sinceros sem máscara alguma. Então foram cobertos pelo abraço de um homem. Um homem com peitos não tão vistosos e arredondados e sorriso de quem ama uma mulher.


E me senti presa dentro de um sutiã verde musgo que me incomodava os seios e gritava mais que meus delicados mamilos gritariam aos olhos de quem os notasse. Era tanta artificialidade, tanta repressão ao que é belo, cru e natural, tanto medo do que iriam falar, que me senti acolhida naqueles peitos que me falavam sobre a verdade num voto de silêncio eterno.


Deitei-me para dormir e tirei o meu sutiã. Acordei, guardei-o em minha bolsa, coloquei a minha blusa branca e sai. Cheguei em casa e percebi que no caminho poucos notaram a liberdade que em meu peito habitava já que a consequência que essa simples escolha gerava era um sorriso tão sincero que roubava a cena da malícia que tudo que é natural pode atrair.


Livre de mim mesma, livre por mim mesma. De peito aberto e seios de verdade. E não foi um ato feminista ou a favor de qualquer outra bandeira. Essa sou eu, sendo o que quero ser. Essa sou eu, descobrindo o que me liberta nessa selva concreta, notando o tamanho dos meus medos e pensando diariamente se vale a pena leva-los a diante.


Cobrindo peitos nus com sutiãs ou abraços, liberte-se do que não te faz bem e sinta-se melhor. E, então, quando menos perceber, estarão te sorrindo de volta não pela estranheza do que você é, mas pela naturalidade com que a sua estranheza aprendeu a ser!

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