Já não cabia dentro de mim. Os teus olhos não paravam de brilhar e sem querer eu engoli!
Foi o jeito que encontrei pra digerir a natureza com que sorria sem graça pra tentar se proteger da fome que eu tava.
Nhaaaaac!
Me abocanhou antes que eu te arrancasse pedaços. Eu continuava viva, o ar travava mas era do arrepio bom que a mordida dava. Pronto, a gente, junto se devorava.
Ploc.
A sementinha acabara de tocar o solo! E foi no meio do concreto, onde tudo era reto, que brotou flor curva com cheiro de amor. E no meio no amor curvo, o reto estrada concreta nos separou.
Vrummmmmmm...
O barulho do motor do ônibus ruim que te levou. Mas todo ano tem primavera e o amor é certo, com ele nem concreto barra a pequena flor. Então, te espero aqui, mordida, semente, curva e certa de amor. Até a próxima primavera!
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