Greves,
manifestações, política sendo discutida na hora do almoço. É gol do povo
brasileiro.
Esse ano a atmosfera que permeia as ruas e casas que se preparam para copa
estão bem diferentes das copas que já presenciei. Nenhuma criança bateu em minha
porta pedindo um trocado para a tinta que vai usar decorando as ruas, mal sê vê
o verde e amarelo que costumava ter, o “Vai Brasil!” foi substituído pelo
#nãovaitercopa, os comerciais na TV mostrando um povo entusiasmado e feliz torcendo
pelo seu país não conseguem convencer.
Com um orçamento de quase 9 bilhões em estádios construídos para um único
evento enquanto escolas públicas, hospitais e transportes, não tem estrutura
para atender sequer a população, fica difícil nos convencer de que essa é uma
ótima oportunidade de celebração, pois assim como essas instituições públicas,
quando o mês da copa passar, tudo ficará a esmo.
Parece que dessa vez a política do pão e circo não funcionou. O gigante que
acordou e voltou a dormir foi cutucado mais uma vez e está bravo com a
situação! A TV que havia deixado ligada vai televisionar a Copa, está na hora
de ele decidir se vai atrás de quem o cutucou ou se espera para gritar junto na
hora do gol.
Brasil, sempre torci por ti, gigante pela própria natureza, pelas maravilhas
que comporta dentro de suas fronteiras, pela abundância que oferece para quem
daqui não sai e pelos que por aqui estão de passagem, pela cultura riquíssima,
do coco nordestino ao chimarrão sulista. Deixo meu sincero desejo de que, nessa
copa, sejamos tocados pela consciência de que não se faz copa sem estádios mas
vencemos uma visão materialista e desumana lutando por mais saúde, transporte e
educação.
Nessa copa, quem entra em jogo é a população. Já estou preparando as chuteiras
para acertar o gol!
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