domingo, 11 de maio de 2014

Geni é mamãe!

Ela que deitara os corpos em todas as camas, ela que amara a todos como ninguém sabia amar.
Geni estava prenha e todos eram o pai. Mas para Geni pouco importava, se sabia amar aqueles que lhe invadiam o ventre, como não amar o fruto que o próprio ventre gerou?

"Geni não serve para mãe, Geni não é moça de família!"
"Geni não serve para mãe, mãe que é mãe, sabe quem é o pai."
"Ponha-te em teu lugar, Geni, o que vai falar para essa criança?"
"Onde vai criar esse bebe? Vai nina-lo com canções de cabaré?"

O que ninguém sabia e Geni não fazia questão de esclarecer é que não lhe interessava o que pensassem mas sim o filho que viria a nascer. O mundo emudeceu, o amor de mãe que lhe preenchia transformava em flores todas aquelas palavras recheadas de pura inveja e hipocrisia. Amélia morreu e o Malandro ficou de queixo caído, Geni é que era mulher de verdade. A mulher da verdade escancarada na cara, verdade que servia de balança para medir o tamanho do julgamento de quem media o tamanho da barriga que não cabia em suas roupas curtas. Toda nua era Geni, nua de roupas e nua de si.

Pois o bebe nasceu! Com as flores de hipocrisia que Geni colheu ela fez um manto e o aqueceu. Seu nome é Jesus, hoje ele cuida da mãe que sempre o cuidou. Jesus é feliz e um abraço apertado Geni ganhou.

Deixo aqui um sincero apelo para que todas as mulheres se libertem da pressão ignorante, machista e repressora que a sociedade nos impõe disfarçada em seus preconceitos e padrões, não é preciso dar a luz para aprender a iluminar e é permissível se iluminar só depois de dar a luz!

https://www.youtube.com/watch?v=tLywZDycIzQ

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