quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sê como o sândalo!

Levei um tapa na cara e me calei.
Ele me deu um tapa na cara e pois-se a rir.
Continuei calada.





Não, eu não me calei! Na verdade, eu nunca houvera antes nem haveria de me calar.
Ave Maria, ser agredida e não poder gritar! Mas meu grito fez eco dentro e entendi que agredir seria recuar. Respirei fundo a dor do mundo e ao agressor resolvi acarinhar. Dei um sorriso breve, coisa de leve, ele se espantou, mudou de rumo e pôs-se a caminhar.

É que quando a razão ataca tem gente que se perde onde sempre morou.
Pois bem, volte de onde veio, deixe-me seguir sem teu freio.

A natureza ensina: sê como o sândalo que perfuma o machado que o corta!

Tão grande foi o grito que meu silêncio fez que pude acordar a cidade inteira!
Enquanto ninguém ouvia os gritos daquele senhor, minha mente fez-se paz e silenciou.

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