segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Não ame!

Eu li nos jornais, estava nos noticiários da televisão e nas bocas do povo.

Se ama, se esconda. Se te encontrarem amando, pode ser deportado para o paraíso ou morrer de amor. Amar ficou bem mais polêmico do que tirroteio em creche, idosas sendo mal tratadas, gente assassinada a pontapé. Evite contatos de carinho, mãos dadas, abraços e beijinhos, isso pode custar sua vida. Nem pense em ser gentil, pode ser atropelado por um carro de vidro filmado. E se estiver sorrindo demais, atente-se, pode ser sequestrado e torturado até não se sentir mais amado, até a morte.

O mundo não está preparado para receber o amor de braços abertos. O mundo está com os braços amarrados em um poste, sentindo frio com o corpo nu, o mundo só está conseguindo sentir raiva, queimando tudo que lhe convém, dando socos sem se importar com o alvo.

Mas é claro que provida de amor, usei a irônia como arma nesse texto. Pois se amor virou crime, só pode ser um crime perfeito e autora de um crime perfeito, fico em paz, pois crimes perfeitos não deixam suspeitos. Mas como cartas mascaradas em forma de músicas, como recados dados por terceiros pois segundos não desfrutam de liberdade, como as saudades que nos mantém vivos em tempos de guerra, com esse texto talvez eu corra algum risco, pois aqui, vos suplico: AMEM! De contra tudo e todos, amém! E se alguém lhes procurar dizendo que está condenado, diga que fui eu quem a induzi, que só aceitou por que tinha fome de amar, se não acreditarem e nos condenarem por formação de quadrilha, se acalma, pois nosso crime compensa e, pra quem ama, ser preso por amor é a maior forma de libertação!
























CLACK BUM!    
Dei um tiro de liberdade.   

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