sexta-feira, 19 de julho de 2013

Coração tranca de fusca

Eu tranquei meu coração. Pronto!

Me senti segura, dona de mim, certa de que nada me machucaria.
Com minhas certezas, com as minhas posses, com a minha segurança: reparei no teu sorriso que fez o meu olhar sorrir de volta e minha boca fraquejar mostrando a insegurança que todas as suas incertezas me traziam.

Descobri que me tranquei com a tranca errada. Feito fusca antigo minha tranca se abre com qualquer chave que esteja mais gasta.

Pobre de mim que achei que estaria segura estacionando meu coração onde a mente pudesse enxergar.

Mas aconteceu! Agora é aceitar que não posso guiar sem gasolina, que não se troca marcha sem o equilíbrio de dois pedais. Agora é abrir a boca pra expressar a insegurança que talvez te mostre que não somos tão diferentes assim.

Então entra. Pega uma carona no meu fusca sem trancas e no meu coração escancarado. Abre minha porta com um sorriso de quem ficou sem graça diante da simplicidade da beleza não pensada. Não repara na bagunça e pode mexer no banco se quiser, o importante é que se sinta a vontade, a viagem é longa até que você se acostume com o barulho que o motor de um coração quebrado pode fazer.

E a estrada infinita vai passar por todas as imagens das fechaduras das portas que já espiamos sem coragem de abrir durante todo esse tempo em que ainda não havíamos nos acompanhado.

Então, assim como o tempo é relativo para quem está usando o banheiro e para quem está na fila esperando para se esquecer de lavar as mãos, o tempo de viagem e onde ela findará será relativo de acordo com as trancas que nela abrirmos e o que estivermos dispostos a enxergar.

Pronto! Você libertou meu coração.

Um comentário:

  1. trancar o coração, è como parar de respirar... aos poucos se sente a falta do ar,e pouco a pouco a vida vai esvaindo, então vem aquele desejo louco por ar. ºa mente cresce com o que recebe,o coracao com o que dẠVictor Hugo

    Eu masculino

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